ECONOMIA

Com gasolina cara, venda de motos cresce e deve fechar ano com alta de 23%

Na contramão da queda registrada no comércio de automóveis, setor de motocicletas se mantém em alta. Tanto a pandemia quanto o alto preço dos combustíveis acabaram sendo fatores positivos para o aumento das vendas no segmento

Embora o setor automotivo tenha registrado queda nas vendas no terceiro trimestre, o segmento de motocicletas segue em alta. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a produção está sendo absorvida pelo mercado. Tanto a pandemia quanto o alto preço dos combustíveis acabaram sendo fatores positivos para o aumento das vendas no segmento.

“O preço do combustível tem pesado bastante e a moto acaba sendo uma opção mais barata. Além disso, a demanda por compras delivery aumentou bastante. Por fim, as pessoas estão optando por se locomover em veículo individual, em vez de ir para o trabalho de ônibus ou metrô”, explica Carlos Porto, vice-presidente de motocicletas da entidade.

Segundo ele, o setor de motocicletas também sofre com a falta de componentes e que, em média, o consumidor tem esperado de 60 a 90 dias por uma motocicleta 0km.

Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, conta que a falta de veículos novos, em função da escassez de componentes na indústria, é um fenômeno global, que atinge outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. “Vivemos, hoje, possivelmente, o ponto mais crítico dessa crise de abastecimento de veículos, mas acredito que, nos primeiros meses de 2022, teremos uma clareza maior sobre a resolução do problema”, ressalta.

Mesmo com a falta de produtos, o segmento vêm se recuperando ao longo dos meses e as projeções para motocicletas também vão bem, segundo a Federação. A expectativa é de que os emplacamentos sejam ampliados em 22,9% este ano, contra 16,2% previstos em julho e 17,7% em janeiro, pela entidade.

Em relação ao crédito, a Fenabrave aponta que as aprovações para aquisição de motocicletas têm girado em torno de 4,8 cadastros a cada 10 enviados aos bancos.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Carlos Vieira

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