BRASIL

CHUVAS: Lula presta solidariedade a vítimas de chuvas no Maranhão: “Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese”

Presidente da República e comitiva com ministros sobrevoa regiões atingidas pelas chuvas no estado e reforça parceria com estado e municípios para recuperar áreas atingidas

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve neste domingo (9/4) nas regiões de Trizidela do Vale e Pedreiras, no Maranhão, atingidas por fortes chuvas e enchentes nas últimas semanas. Desde o início do ano, 64 municípios do estado decretaram situação de emergência, 53 delas já reconhecidas pelo Governo Federal. De acordo com estimativas do governo do Maranhão, há um total de 7,5 mil famílias desabrigadas e 35 mil famílias desalojadas levando em conta os 64 municípios afligidos.

Quero dizer ao povo do Maranhão que o Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese às necessidades de cuidar do povo desse estado, sobretudo das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

O presidente pousou por volta das 9h em Bacabal, fez um sobrevoo ao lado do governador do Maranhão, Carlos Brandão, nas áreas mais prejudicadas em Trizidela do Vale e Pedreiras, e na sequência retornou a Bacabal. Lá, visitou um abrigo na Paróquia Santa Terezinha.

Confira a transcrição completa da fala do presidente Lula em Bacabal 

“Primeiro, pedir desculpas a vocês e às pessoas que vieram comigo porque hoje é Dia de Páscoa, hoje é dia de confraternização das famílias e eu decidi vim aqui porque eu vou para a China na próxima terça-feira de manhã e vou ficar sete ou oito dias fora e eu não poderia viajar para outro país sem visitar os estados brasileiros que estão com problema de enchente, e o Maranhão é o estado que está com a situação mais difícil, apesar que o Ceará, aqui perto, também tem problemas de enchente, mas o Maranhão é um estado que está com mais cidades em situação de calamidade, situação de emergência.

E eu vim aqui só para fazer aquela visita de conforto às pessoas que estão passando necessidade. É importante vocês saberem que eu já morei em bairros que enchia d’água e não era pouca não. Era um metro e meio de água e a gente ficava disputando espaço de noite, quando acordava, com barata, com rato. Depois, a chuva ia embora e você tinha que ficar tirando um palmo e meio de lama, com sanguessugas pegando nas tuas canelas. Eu sei o que esse povo passa. Eu sei o que esse povo passa, deixar sua casa, deixar seus móveis, às vezes, não tem tempo de tirar, perde tudo que tem. Perde geladeira, perde fogão, perde cama, perde colchão. E essas coisas são coisas que nós precisamos aprender, primeiro, a tentar convencer essas pessoas que, num processo de construção de novas casas, porque não é possível construir as novas casas no mesmo lugar das casas que que encheram. Está aqui o ministro das Cidades me ouvindo, no projeto de construção de novas casas, nós precisamos convencer as pessoas que não é possível construir uma casa num lugar que a gente sabe que vai dar enchente. Vocês que têm um pouco de mais idade sabem que, em 2009, eu vim aqui em Bacabal, numa cheia, a Roseanne era governadora, e eu tive aqui, no mesmo rio, na mesma enchente, numa demonstração de que quando a gente mora perto do rio não tem jeito. Não tem jeito. Não tem jeito. A gente vai sofrer enchente quando a chuva for demais.

E a gente, às vezes, fica chateado, mas temos que agradecer a Deus à chuva porque muitas vezes o Brasil está precisando de chuva. Nesse ano, a gente não vai ter problema de energia porque todos os lagos, hidrelétricas estão tudo cheio.

E eu acho que nós temos que cuidar das pessoas que foram vítimas. As pessoas pedem colchão, as pessoas pedem botijão de gás, as pessoas pedem qualquer coisa para dar um certo conforto, coisa que o governo pode fazer. Essa junção entre o governo federal, governo estadual e os governos municipais é obrigatória.

Vocês sabem que nós acabamos de ter um governo que, ao invés de vir aqui ajudar o Flávio Dino, ele brigava todo santo dia pela imprensa com o Flávio Dino, e não trouxe absolutamente nada para o estado do Maranhão. Nada. A não ser ofensa pessoal ao governador e, ofendendo o governador, chegou ofendendo o povo do Maranhão.

Então, agora, nós queremos mostrar que não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, entre governadores e entre presidente da República.

É por isso que eu fui visitar. A cidade, ninguém sabia o nome dela direito, chamada Trizidela. Fui visitar o nosso prefeito Deibson. Queria dizer que é muito importante estar aqui com o Edvan, de Bacabal, estar com a nossa prefeita Vanessa Maia, de Pedreiras, também sobrevoei Pedreiras. Não pude parar em Trizidela porque o avião presidencial que está aí é um avião que pesa 10 toneladas, o helicóptero, e eles não têm segurança se pousar num campo de futebol. Depois de chover tanto, se ele vai afundar, e a gente não sairia daqui. Foi por isso que eu não consegui pousar o avião em Trizidela. Eu queria visitar um acampamento para lá. Graças a Deus, eu pude parar aqui no aeroporto e visitar o acampamento de Bacabal, o abrigo, fui ver lá as pessoas.

Realmente, as pessoas merecem ajuda, companheiro Brandão, companheiro Waldez, companheiros prefeitos, tudo o que vocês fizerem para essas pessoas pode ficar certo que vocês receberão em dobro porque é obrigação moral, política e ética a gente cuidar dessa gente que sofre e que precisa de nós.

Então, eu volto para casa orgulhoso, orgulhoso de ter podido entrar nos acampamentos, embaixo, entrar nos quartos das pessoas, ver a situação da pobreza, situação que eu já vivi. Só que, quando eu vivi, eu tinha 19 anos de idade. Com 19 anos de idade, não tem tempo feio. A gente saía da água, ia para um lugar dormir, dormia 30, 40, 50, 60 pessoas junto, não tinha nem divisão de sei lá. Para quem tem 20 anos não tem problema, não, porque tudo é festa.

Vim ver como é que essas pessoas estão, quero dizer ao povo do Maranhão, ao meu querido Brandão, que o governo federal não soltará em nenhuma hipótese a necessidade do governo do Maranhão para cuidar do povo desse estado e, sobretudo, cuidar das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas.

Eu quero me despedir de vocês dizendo o seguinte. Eu peço desculpas porque todos vocês já poderiam ter aberto o ovo de Páscoa de vocês. Eu ganhei um da Janja, só vou abrir de noite, não sei se vale, mas vou abrir de noite. Espero que vocês voltem para casa, almocem com a família de vocês e trate a família com muito carinho porque a família é a coisa mais preciosa que a gente na vida e a gente tem que cuidar de pai, de mãe, de filho, de irmão, de tio, de vó e também dos colegas, dos companheiros de trabalho. E vocês, jornalistas, que andaram muito aperreados com o governo passado. Não é, gente, muito obrigado, muito obrigado, companheiro Brandão. Companheiros, e até a próxima vez. Eu espero que eu venha aqui num próximo dia de festa, um dia de alguma festa da cidade do Maranhão, e não um momento de dificuldade que eu vi aqui. Um grande abraço, um beijo no coração de cada uma de vocês, de cada um de vocês. E até breve, se Deus quiser.”

09.04.2023 - Sobrevoo de áreas inundadas na região de Trizidela do Vale e Pedreira

O presidente ouviu de moradores, prefeitos da região e autoridades locais as principais demandas de auxílio humanitário. “Eu sei o que esse povo passa: deixar sua casa, deixar seus móveis, às vezes não tem tempo de tirar nada, perde tudo o que tem. Perde geladeira, perde fogão, perde cama, perde colchão”, ressaltou Lula. “Vim aqui para fazer aquela visita de conforto às pessoas. É importante vocês saberem que já morei em bairros que enchiam d’água e não era pouca não”, completou o presidente.

Segundo levantamento do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, mais de R$ 8,5 milhões foram enviados pelo Governo Federal ao estado e a municípios do Maranhão neste ano para auxílio direto a vítimas de enchentes e alagamentos. 

“Num primeiro instante trabalhamos nos planos de ajuda humanitária. São colchões, água, alimentação, cestas básicas, material de higiene pessoal”, listou o ministro Waldez Góes. Paralelamente, há o trabalho de reconstrução e recuperação de estruturas danificadas. No país como um todo, foram aplicados mais de R$ 305 milhões via Defesa Civil até o fim de março para atender emergencialmente a 4,8 milhões de pessoas de todas as regiões.

Para o presidente Lula, um dos diferenciais da atual gestão é ter retomado o pacto federativo e a disposição de atuar em parceria com estados e municípios. “Queremos mostrar que não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, governadores e o presidente da República”, comentou Lula.

“Quero dizer ao povo do Maranhão que o Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese às necessidades de cuidar do povo desse estado, sobretudo das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas”, disse o presidente.

Segundo o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o estado tem encontrado a parceria necessária com o Governo Federal para atuar diante da emergência humanitária. “As nossas palavras são de gratidão. Não tem faltado apoio no que diz respeito a alimentação, colchões, água, cestas básicas. Fico feliz também por sua sensibilidade, presidente, de deixar sua casa num domingo de Páscoa para olhar no olho e trazer solidariedade a essas pessoas”, disse.

“Hoje é dia de Páscoa, de confraternização com as famílias, mas vim ao Maranhão porque vou à China na terça e não poderia viajar para outro país sem antes vir a um dos estados do país que mais está sofrendo com as enchentes”, concluiu o presidente Lula. A comitiva do Governo Federal neste domingo foi composta também pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Jader Filho (Cidades) e Luiz Marinho (Previdência e Trabalho).

SAÚDE – Além das ações de Defesa Civil, o suporte a desastres naturais no Maranhão conta com iniciativas do Ministério da Saúde, por meio da Vigilância em Desastres Nacional. Já foram entregues ao estado três kits para primeiros socorros. Cada kit atende 500 pessoas por um período de três meses ou 1.500 pessoas por mês. Na composição dos kits, 32 medicamentos, entre eles antibióticos (importantes para conter surtos de leptospirose) e 16 insumos. A pasta enviou também técnicos para apoio na instalação da Sala de Situação de Saúde, ajudou a formular um Plano de Ação para os primeiros 15 dias, elaborou um instrumento padronizado de coleta de dados da saúde e um organograma com definição de atividade de cada técnico.

Via Palácio do Planalto

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