A histérica invasão de agentes da Anvisa no gramado da arena do Corinthians, interrompendo Brasil e Argentina, foi finalmente julgada. Haverá outra partida. CBF, AFA, Conmebol e televisões felizes com salomônica decisão
Ingenuidade acreditar que a Fifa compraria briga com a Associação Argentina de Futebol (AFA) e com a CBF. Muito menos evitaria que a Conmebol perdesse dinheiro sem a transmissão do principal jogo das Eliminatórias Sul-Americanas. Nem atrapalharia as televisões que compraram os direitos, com seus patrocinadores.
A partida foi suspensa, no dia 5 de setembro, na Arena Neoquímica, por invasão de membros da Anvisa, já que a delegação argentina mentiu em relação aos exames de Covid de Emiliano Martínez, Giovanni Lo Celso, Cristian Romero e Emiliano Buendía. Eles haviam estado no Reino Unido a menos de 14 dias de entrar no Brasil, o que na época era proibido. O quarteto mentiu e entrou no Brasil junto com a delegação.
Tanto a AFA quanto a CBF pediam os pontos do jogo. A Argentina alegava a invasão de campo, que impediu a partida. E o Brasil, a falsificação dos exames que invabilizou o clássico.
A decisão da direção de Gianni Infantino levou quase intermináveis cinco meses: a realização de novo jogo entre Brasil e Argentina. O resultado agrada às duas federações, que terão uma partida a mais de preparação para a Copa. À Conmebol, para evitar crise desnecessária, fora o dinheiro da transmissão. E festa para as tevês que compraram os direitos das Eliminatórias.
Para não ficar escancarada a postura ridícula, houve multas.
A CBF terá de pagar à Fifa R$ 3,1 milhões por falha de organização e permitir a invasão do gramado por membros da Anvisa.
A AFA bancará R$ 1,4 milhão porque seus quatro jogadores burlaram a legislação sanitária brasileira. Romero, Martinez, Lo Celso e Buendía estão suspensos das duas próximas partidas da Argentina pelas Eliminatórias: contra Venezuela, em casa, e Equador, fora.
Ou seja, poderão enfrentar o Brasil, quando a partida for remarcada.
Tanto brasileiros quanto argentinos já estão classificados para a Copa.
A decisão da Fifa foi assumidamente salomônica.
E agradou aos dois lados.
A Conmebol.
E as televisões.
Fonte: R7
Foto: Divulgação