Começou nesta segunda-feira (18) o Fórum Mundial de Bioeconomia 2021, evento que vai até o próximo dia 20 e pela primeira vez é realizado fora da Finlândia, ocorrendo neste ano no Brasil, em Belém (PA). O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) participam da programação do evento por meio dos debates promovidos de forma on-line, que têm por objetivo fomentar diversas discussões acerca da bioeconomia mundial. A contribuição da Amazônia neste sentido se faz crucial, uma vez que a região abriga uma biodiversidade diferenciada que, aliada a novas tecnologias, podem gerar maior sustentabilidade a produtos e serviços.
Além da participação presencial dos governadores do Pará e do Amapá, a abertura do Fórum contou com o fundador do evento, Jukka Kantola, e do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que enviou uma mensagem por vídeo para ressaltar a relevância da temática e o quão importante é avançar neste segmento econômico de interesse mundial.
Ao longo da manhã do primeiro dia de Fórum foram promovidas apresentações sobre “Bioeconomia: Pessoas, Planeta e Politicas”; “Bioeconomia no Brasil”; e “Bioeconomia na Amazônia”, além do painel sobre “Bioestratégias Mundiais”. Já à tarde, o tema inicial foi “Lideres Mundiais e o Mundo financeiro”, seguido de uma apresentação sobre o “Status da Economia Global” e do painel “Financiamento Sustentável”. Ainda foi debatido o tema “Papel da Liderança na Bioeconomia”, seguido de discussões envolvendo atores nacionais e internacionais.
Debates oportunos
A doutora em Biotecnologia e pesquisadora do Centro de Biotecnologia da Amazônia, Olinda Canhoto, participou – juntamente com vários outros pesquisadores do Centro e técnicos da Suframa – da agenda deste primeiro dia do evento e destacou que os debates promovidos foram bastante oportunos diante das discussões que envolvem a sociedade e o meio ambiente. Segundo ela, “um dos principais temas destacados foi a importância de se pensar na relação do homem com a natureza. Neste sentido, representantes mundiais responsáveis pela elaboração de políticas públicas evidenciaram a importância de escolher modelos econômicos sustentáveis, favorecendo a manutenção da floresta em pé e a valorização dos conhecimentos tradicionais”.
A pesquisadora ainda ressaltou que “o papel da ciência no desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia também esteve em destaque, salientando que a floresta amazônica é um elemento crítico no sistema climático global, tendo em vista ser a “casa” de um grande número de espécies biológicas e de diversas culturas”. Olinda Canhoto comentou, também, que ficou evidenciado nas discussões promovidas no Fórum que “o conhecimento científico deve estar aliado ao conhecimento tradicional e, neste sentido, o CBA tem desempenhado diversas pesquisas que procuram otimizar e qualificar processos de beneficiamento, por exemplo, de óleos vegetais que partem do conhecimento tradicional. Com o conhecimento científico estes processos podem ser melhorados, o que contribui para aumentar a produtividade e qualidade dos produtos”.
O Fórum Mundial de Bioeconomia segue até quarta-feira (20) com a expectativa de reunir, presencial e virtualmente, milhares de pessoas e levantar questões pertinentes para o incremento da bioeconomia global como forma de promover iniciativas com maior cunho sustentável em benefício da sociedade global.