TECNOLOGIA

Humanidade já deixou toneladas de lixo em Marte mesmo sem ter pisado lá

No decorrer dos últimos 50 anos, mais de 7 toneladas de lixo espacial foram depositadas na superfície de Marte, segundo artigo publicado no site The Conversation.

O autor, Cagri Kilic, um estudante de pós-doutorado da Universidade da Virgínia Ocidental e especialista em Marte, chegou a esse resultado somado a massa de todos os equipamentos já enviados ao planeta (9,97 toneladas) e depois subtraindo o peso dos dispositivos atualmente em operação (2,86 toneladas).

De acordo com a ONU, a humanidade já lançou 18 objetos à Marte ao longo de 14 missões, inauguradas em 1971, quando a União Soviética enviou sua sonda Marte 2, que foi destruída enquanto tentava aterrissar no planeta.

Todas essas missões, bem ou malsucedidas, espalharam acidentalmente uma grande quantidade de sucata ao redor de Marte. Vez ou outra, um dos rovers que exploram a superfície do planeta se depara com um desses resíduos, como aconteceu recentemente com o astromóvel Perseverance, que encontrou diversos materiais que ele mesmo expeliu durante sua aterrissagem em 2021.

Lixo em Marte

Segundo Kilic, os detritos têm três origens: equipamentos descartados, dispositivos inativos e naves que colidiram com o solo na aterrissagem.

“Seria muito difícil chegar ao número certo de detritos por espaçonave, já que cada uma delas tem seus próprios requisitos específicos”, ele afirma. “Justamente por isso, a massa descartada seria diferente. No entanto, pode-se dizer que as naves que se acidentaram geram mais lixo.”

Conforme adentram a atmosfera de Marte e se aproximam de sua superfície, as sondas se desfazem de partes de seu módulo, como o seu paraquedas e escudo térmico – isso quando não falham em sua missão e terminam espalhando os pedaços de sua estrutura em várias direções.

O planeta também é o cemitério de diversos dispositivos que ficaram inativos seja por falta de energia ou por algum dano estrutural durante operações. Exemplos disso são a sonda Mars Pathfinder e o rover Sojourner, que chegaram a Marte em julho de 1997 e perderam contato com a Terra em setembro do mesmo ano.

Paraquedas descartado pelo rover Perseverance durante sua aterrissagem | Crédito: Erin Gibbons, via Twitter.

Riscos futuros

A sucata espalhada pela superfície pode impactar negativamente as futuras missões marcianas, segundo Kilic. Há preocupação de que os detritos possam contaminar amostras coletadas pelos astromóveis ou pior: obstruir seu caminho e até danificá-los.

“Visto que o rover Perseverance coleta amostras para depois trazê-las à Terra, os times da NASA responsáveis por capturar imagens do terreno de Marte estão empenhadas em encontrar o máximo possível de sucata”, conta Kilic.

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