Lula deve fazer o anúncio oficial do ministro na semana que vem; vai anunciar os comandantes das 3 Forças Armadas usando o critério de antiguidade dos oficiais de alta patente
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), convidou o ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro para ser ministro da Defesa em seu futuro governo.
Ainda não há uma decisão formal. O anúncio do ministro da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas deve sair só a próxima semana.
Múcio tem 74 anos, foi deputado por Pernambuco e ministro da Secretaria de Relações Institucionais. Ele e Lula se reuniram nesta 2ª feira (28.nov.2022) no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde trabalha a equipe de transição de governo.
Na conversa, Lula indicou que voltará a nomear para os comandos das Forças Armadas os mais antigos entre os oficiais mais graduados.
Também não deve haver um grupo de transição voltado à Defesa, como em outras áreas. Os grupos de trabalho na transição têm levantado números e feito críticas à atual gestão, o que poderia elevar a tensão com militares.
Há o diagnóstico de que Exército, Marinha e Aeronáutica tiveram divisões entre integrantes pró-Lula e pró-Jair Bolsonaro (PL). Nesse raciocínio, é necessário unir essas tendências.
O presidente eleito teve reunião nesta 2ª feira (28.nov.2022) com Múcio. O encontro foi das 16h até pouco depois das 18h. Participaram os seguintes militares:
Brigadeiro Juniti Saito – foi comandante da Aeronáutica durante o governo Lula;
General Gonçalves Dias – cuidou da segurança de Lula na campanha;
General Enzo Peri – ex-comandante do Exército;
Brigadeiro Nivaldo Rossato – ex-comandante da Força Aérea;
Brigadeiro Rui Chagas Mesquita – ex-diretor de ensino da Aeronáutica.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) também estavam presentes ao encontro. Mercadante é de uma família de militares e um dos coordenadores da transição.
A escolha do ministro da Defesa e dos comandantes das Forças é um dos assuntos mais delicados da transição de governo.
A participação de integrantes das Forças Armadas foi parte fundamental do governo de Jair Bolsonaro. Lula, hoje, tem resistência no meio militar.