ESPORTE

Muito dinheiro e pouco futebol. A desilusão do Inter e Flamengo com Guerrero, depois que saiu do Corinthians

O peruano de 37 anos rescindiu hoje com o Inter. A sensação em Porto Alegre é de enorme decepção. Como aconteceu no Rio, no Flamengo. Artilheiro importante, só no Corinthians

“Todo final de contrato é a mesma coisa. Ele não quer renovar, ele quer vender o passe dele para o clube onde está jogando.”

“Que vá revender o passe no Peru.”

As rancorosas declarações são do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, em 2018.

Mesmo três anos depois da saída de Guerrero, em 2015, ele não perdoava o autor do gol que garantiu o segundo mundial para o Corinthians.

Hoje, seis anos depois que deixou o Parque São Jorge, o peruano rescinde contrato com o Internacional. O jogador de 37 anos está livre para voltar para o Alianza Lima, onde prometeu que terminaria a carreira. Ou aceitar a proposta de qualquer outra equipe.

Dirigentes corintianos, flamenguistas e colorados são unânimes em afirmar. 

Paolo Guerrero é um dos jogadores mais problemáticos que passou pelo futebol brasileiro nos últimos anos.

Grande estrela no Peru, ele sempre fez questão do mesmo tratamento nos clubes onde jogou. No Corinthians, o atacante vivia atormentado e atormentando os dirigentes. Porque acreditava que ganhava pouco.

Ele ficou ensandecido com a chegada de Alexandre Pato em 2013, ganhando muito mais do que ele e do que todo o elenco campeão da Libertadores e Mundial. Foram dois anos de desgaste.

Com direito, a em 2014, na invasão muito mal explicada das organizadas no treinamento, o peruano não teve tratamento de herói. Pelo contrário, como revelou o então presidente Mario Gobbi.

“O Paolo (Guerrero) foi esganado pelos torcedores”, garantiu, em fevereiro de 2014.

O atacante tinha muito medo das organizadas e jamais contou o que aconteceu com ele.

Só que mostrou o quanto se sentiu injustiçado com o pedido de renovação de contrato. Foram 7 milhões de dólares, cerca de R$ 18,2 milhões, na época. E R$ 500 mil mensais. Os dirigentes corintianos ficaram irritadíssimo, já que ele foi contratado do Hamburgo por 3,5 milhões de dólares, ou seja, a metade da pedida.

Guerrero tinha propostas do Palmeiras e do Flamengo. Recusou a do rival corintiano por medo da reação das organizadas corintianas. Ele foi para o clube carioca. Contrato de três anos. R$ 650 mil por mês mais luvas de R$ 18 milhões.

“Não me arrependi de acertar com o Flamengo. O Corinthians não me via como importante. O Flamengo, sim”, disse o atacante, em maio de 2015.

Em três anos, só conseguiu vencer o Campeonato Carioca de 2017.

Foram ‘só’ 43 gols em três anos.

Tudo iria ficar pior com o anúncio de doping do atacante. Sua condenação pela Fifa por um ano. Ficou seis meses sem jogar, conseguiu liminar, disputou o Mundial de 2018. O Flamengo suspendeu seu salário e não pagou seus salários.

Depois do Mundial da Rússia, exigiu renovação do Flamengo por três anos. E mais o pagamento retroativo, quando estava suspenso. Aos 35 anos, decepcionada com o desempenho do atacante, o Flamengo ofereceu um ano. Como Guerrero não queria ceder, o Flamengo abriu mão do atacante.

Ele foi parar no Internacional. Entre salários e luvas, recebia, em média, R$ 850 mil mensais.

Guerrero também foi instável. O melhor momento foi na Copa do Brasil de 2019. O clube gaúcho perdeu a final, mas ele foi o artilheiro e escolhido como o melhor jogador da competição.

Mas em 2020, teve uma grave lesão nos ligamentos cruzados do joelho direito. Foi operado. Ficou sete meses afastado do gramado. Quando voltou, sua relação com os dirigentes do clube havia esfriado. Estava claro que eles queriam se livrar do caríssimo atacante.

Guerrero chegou a trocar de representante. Deixou a OTB Sports por Vinicius Prattes.

Foi ele quem negociou a rescisão com o Internacional.

Foram 32 gols em três anos.

O peruano fez ótimos contratos com Flamengo e Internacional.

Mas foi enorme decepção nos dois clubes.

Jamais voltou a mostrar o mesmo futebol do Corinthians.

Lá foram 52 gols em três anos.

“Ele só ganhou muito dinheiro”

“Futebol deixou no Parque São Jorge.”

Ironiza, cruel, um conselheiro muito próximo a Andrés Sanchez.

Fonte: R7

Foto: Divulgação  

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