A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com o Fundo das Nações Unidas (Unicef) e Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), realiza, no período de 13 a 17/12, a capacitação em Atenção Primária à Saúde dos novos monitores de saúde e nutrição, que atuarão no apoio às ações voltadas a migrantes e refugiados. As aulas serão das 8h às 17h, no auditório do Distrito de Saúde Sul, na avenida Jornalista Umberto Calderaro Filho, nº 300, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul.
Os objetivos são apoiar e fortalecer as ações de promoção, atenção e cuidado à saúde em nível de Atenção Primária a migrantes e refugiados, incluindo medidas de enfrentamento ao novo coronavírus, fortalecendo o cuidado prioritário às mulheres em idade fértil, gestantes, lactantes, crianças e adolescentes, que são os segmentos mais suscetíveis e vulneráveis à Covid-19.
A inserção desses profissionais é resultado da parceria entre a Semsa com parte da ajuda humanitária realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), frente ao fenômeno migratório em Manaus, especialmente no atual cenário de pandemia. Eles serão supervisionados por um profissional enfermeiro contratado pela Adra/Unicef, atuando diretamente nos territórios dos distritos Sul e Norte, na modalidade casa a casa, por meio de visitas domiciliares, cadastramento individual e familiar, verificação da situação vacinal e nutricional, identificação de casos suspeitos para Covid-19 e síndromes gripais, busca ativa de grávidas, puérperas, entre outras atribuições.
Os monitores estarão vinculados às Unidade Básica de Saúde (UBS) Vicente Palotti (Sul), e da Família N-02, além da Policlínica Anna Barreto, no Distrito de Saúde Norte. A escolha desses locais considerou a maior concentração de migrantes e refugiados venezuelanos, grande parte dos quais vivendo em situação de alta vulnerabilidade social, em domicílios alugados ou em situação de rua, agravada por condições sanitárias insalubres e com sérios riscos à saúde.
Levantamento realizado por técnicos da Semsa aponta fatores que incidem diretamente no perfil epidemiológico dessas famílias, como vulnerabilidade para doenças imunopreveníveis e respiratórias; crianças em estado gripal; quadros de desnutrição infantil e diarreia; escabiose (sarna); pediculose (piolhos); verminoses; infecções gastrintestinais; Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); pneumonia, tuberculose (caso confirmado em criança); risco de evolução para quadro séptico; ulcerações; e colite.
Também foram identificados problemas odontológicos; mulheres grávidas sem acompanhamento de pré-natal; puérperas sem acompanhamento adequado; problemas dermatológicos, principalmente entre as crianças, com um número elevado de varicela, predominantemente entre crianças e adolescentes.
Dados da migração
Segundo a Polícia Federal, de 2017 até junho de 2021, mais de 610 mil venezuelanos entraram no País. Destes, 260 mil solicitaram regularização migratória para buscar oportunidades e melhores condições de vida. Essa realidade tem exigido da Semsa a adoção de medidas programadas e emergenciais nas áreas de atenção e vigilância, tendo como foco os idosos, mulheres, adolescentes, crianças e recém-nascidos, priorizando ações de pré-natal, puerpério, vacinação, testagem para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e AIDS, Covid-19, entre outras ações.
A capacitação será coordenada pelo Núcleo de Saúde dos Grupos Especiais do Departamento de Atenção Primária (DAP) da Semsa e Escola de Saúde Pública de Manaus (Esap), com o apoio das coordenações técnicas do DAP e dos Disas Sul e Norte, na condução e abordagem temática dos conteúdos.
Fonte: SEMSA
Foto: Valdo Leão