Asfaltamento do Lote C marca primeira pavimentação da rodovia em mais de 40 anos; pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim devem ser entregues até novembro
Os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) fiscalizaram, no último fim de semana, as obras ao longo da BR 319. O asfaltamento do Lote C começou e as novas pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim devem ser entregues no fim do ano.
Pela primeira vez, depois de mais de 40 anos, a terra batida na rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO) é coberta com asfalto. Homens e máquinas atuam diariamente desde a última semana no chamado Lote C, que vai do quilômetro 198 até o 250. Orçada em R$ 150 milhões, o recapeamento foi dividido em duas partes, a primeira (já iniciada) compreende os 20 quilômetros iniciais. Para os outros 32, ainda resta o processo licitatório.
O senador Eduardo Braga já havia dito, em abril, que as obras seguiriam em ritmo avançado. Engenheiro de formação, explicou que a aplicação da cobertura está sendo feita em duas camadas, umas de 3cm e outra de 4,5cm. A máquina niveladora é a responsável por despejar o asfalto quente no chão, os rasteladores fazem o preparo para o rolo compressor finalizar o processo. O representante da bancada amazonense no Congresso classificou o cenário como um marco para o estado.






















“A BR-319 está para o Amazonas como um marco histórico tal qual a zona Franca foi um marco histórico; tal qual o Gasoduto foi um marco histórico; tal qual o linhão de Tucuruí foi um marco histórico; portanto estas são ações que fazem com que o Amazonas volte a ser forte de novo”, disse Braga.
A obra de pavimentação é supervisionada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT). A estimativa é que ela possa reduzir em um terço o tempo gasto no trajeto Manaus / Porto Velho, que geralmente leva oito horas. Cerca de 900 carretas trafegam diariamente na rodovia.
Novas pontes sobre os rios
Braga e Omar também fiscalizaram o andamento da construção das pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim, no Careiro da Várzea. A primeira delas está muito mais avançada, com todo o corpo de travessia estabelecido. Dentro de até 15 dias os ajustes finais como guarda-corpos e finalização das cabeceiras devem ser concluídos. Ela foi orçada em R$ 43 milhões.
A segunda ponte sofreu com atrasos dentro do planejamento de construção, a maioria, segundo o próprio DNIT, causada por dificuldades geográficas e de abastecimento com insumos. Ela foi inicialmente orçada em R$ 23 milhões, mas segundo o superintendente regional do Departamento, deve ficar mais cara no fim das obras.
“Ela vai acrescer os custos porque quando a gente começou a fazer essa nova etapa viu a necessidade de prolongamento por mais 30 metros de cada lado. Vamos fazer também contenções nas cabeceiras para deixar com mais segurança” disse Orlando Fanaia.
A do Curuçá vai ser entregue em outubro deste ano, a do Autaz Mirim só deve ficar pronta em meados de novembro. Para a inauguração da primeira, Braga quer trazer o presidente Lula. As estruturas originais caíram entre setembro e outubro de 2022, durante o mandado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Falta só passar o batom na boneca, a obra tá pronta, toda a estrutura tá pronta. Nós vamos entregar essa ponte para os usuários e vamos aguardar a vinda do ministro do Transporte presidente Lula pra que a gente possa fazer essa entrega daqui”, disse Braga.
Trecho do Meio
A pressão da bancada amazonense no Congresso é pela autorização do IBAMA para o asfaltamento dos 400 quilômetros do trecho conhecido como “do meio”, uma região de atoleiros que dificulta o trajeto e muitas vezes deixa motoristas presos por dias, sem comunicação. Na última semana, Lula afirmou que um acordo está sendo costurado para liberar o asfaltamento, mas a autorização para o Lote C, que antecede o trecho do meio, já é vista como um bom sinal pelos senadores.
“As outras gerações virão e a gente quer que essas outras gerações não sofram o que vocês estão sofrendo; não sofram com uma pandemia que não podia chegar oxigênio; não sofram com uma seca que não podia chegar alimentação e quando chegava, chegava muito caro”, disse Omar Aziz.
Enquanto não há liberação, diversos grupos de estudo são montados para comprovar a viabilidade socioambiental da pavimentação. Ao mesmo tempo, os trabalhos de preparo do solo para a temporada de chuva acontece normalmente ao longo de toda estrada. A técnica usada é chamada de rachão, ela consiste no uso de uma grossa camada de pedras grandes sobre um solo preparado. Na sequência, ela é coberta com mais uma camada de solo e pedra brita.
Via A Critica
