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Boicotada pela Globo, ‘Um Lugar ao Sol’ chega ao fim com texto refinado e atuações de gala

Uma das melhores da década, novela trouxe Regina Braga, Denise Fraga, Mariana Lima e Andréa Beltrão de volta aos holofotes

Há algo de muito louvável em Um Lugar ao Sol, novela que chega ao fim nesta sexta-feira (25) após sofrer com números inexpressivos depois de um boicote interno: seu texto refinado que não deixou de enxergar em seu público uma capacidade de compreensão acima da média. Mérito de Lícia Manzo, que entregou uma novela ágil, enxuta e com diálogos críveis e da melhor qualidade.

É bem verdade que a necessidade de estender a novela em mais duas semanas deixou os últimos capítulos menos velozes, mas nada que tenha prejudicado o resultado geral da trama: a novela das 9 foi uma das melhores da década, embora também mantenha os problemas que ainda não foram solucionados pelo departamento de dramaturgia da emissora.

O primeiro deles é a necessidade de criar uma trama mais diversa, com atores mais diversos e tramas desenvolvidas também de uma forma mais diversa. Não adianta escalar atores negros, por exemplo, se a trama segue repetindo os clichês desse retrato – algo sempre presente na história das produções para a TV. Por outro lado, não há como não enxergar evoluções na novela: a discussão de temas como diversidade, ageismo e dependência química foram de alto nível e muito bem exploradas como recurso dramatúrgico.

Mérito também da excelente direção de Maurício Farias, que extraiu atuações pouco convencionais de seu time principal. Alinne Moraes entregou uma protagonista múltipla, que despertou da pena ao ódio, que foi capaz de piedade e de revolta. Cauã Reymond não comprometeu e liderou o time com potência, sobretudo no início da trama quando precisou interpretar dois personagens diferentes com uma qualidade inegável. Andreia Horta foi natural e espontânea, mesmo resultado apresentado por Juan Paiva, definitivamente alçado ao título de um dos maiores talentos da nova geração. 

ELENCO DE APOIO FOI O VERDADEIRO PROTAGONISTA

Mas não tem como não dizer que coube ao quarteto Regina Braga, Denise Fraga, Mariana Lima e Andréa Beltrão o título por mérito de verdadeiras protagonistas da trama. A sensibilidade da psicanalista Ana Virgínia, a emoção de Júlia, a redescoberta de Ilana e, principalmente, a força de Rebeca conquistaram o público.

Coube a Andreia Beltrão alguns dos melhores momentos da trama. Com inteligência, sagacidade e sem medo de arriscar, a equipe deu para a atriz um terreno fértil em que ela conseguiu entregar aos telespectadores cenas que iam do cômico ao trágico, provocando reflexões com certa profundidade e entretenimento de grande qualidade – as comparações com o sucesso Fleabag não é um exagero total.

Fato é que Um Lugar ao Sol chega ao fim com a pior audiência da história. Resultado de um período difícil de exibição, incluindo a retomada pós-pandemia, as festas de final de ano, Carnaval e feriados prolongados. A falta de divulgação e a ausência de publicidade interna enterraram qualquer chance de sucesso – o que estranha, porque é claro que havia potencial aqui.

Que a Globo reconquiste o horário com Pantanal, assim nenhum outro autor terá que ser sacrificado em função de um bem maior. A conferir.

Fonte: Contigo

Foto: Divulgação

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