Infectologista Leandro Moura, da Audimed Saúde, reforça a importância da vacina contra a covid-19
No dia 25 de agosto, o Ministério da Saúde anunciou uma recomendação para que idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas tomem a terceira dose da vacina contra a covid-19. Em Manaus, a imunização com a dose de reforço iniciou no dia 15 de setembro. Até esta segunda-feira (4), conforme informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), 6 mil pessoas foram imunizadas com a terceira dose. Mas, mesmo com a atualização constante da campanha, a imunização ainda gera dúvidas.
O infectologista Leandro Moura, da Audimed Saúde, defendeu os benefícios da terceira dose da vacina contra a Covid-19, que deve ajudar a prolongar a resposta imunológica do organismo contra a doença.
“Acredito que é uma medida importante para manter a curva decrescente de novos casos de covid. E acredito que pode aumentar a durabilidade de proteção, principalmente nos idosos e nas pessoas que tenham algum tipo de imunossupressão sustentada”, destaca.
Um estudo publicado no periódico The Lancet, assinado por pesquisadores da Universidade Oxford, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades, aponta que todas as vacinas contra covid-19 sendo usadas hoje em larga escala mantêm sua eficácia contra casos graves e mortes em níveis aceitáveis, inclusive meses depois da aplicação.
No artigo, os autores afirmam que o reforço pode ser apropriado em pessoas com a imunidade comprometida. O texto deixa claro ainda que, para superarmos o coronavírus, é melhor focar esforços em quem não está vacinado.
O infectologista acredita que após divulgação de estudos apontando sobre a eficácia da vacina para o controle da covid, a imunização da população passou a ser a principal ‘arma’ nesta pandemia.
“Acredito que por meio de mais estudos observacionais, partindo desse princípio que existe uma necessidade contínua desse reforço imunológico para o covid-19, assim como ocorre com outras vacinas, influenza é um exemplo, o PNI (programa nacional de imunização) consiga desenhar um calendário vacinas efetivo para os próximos anos e fazer isso de uma forma programada de modo que não deixe de fora nenhum grupo populacional”, ressalta.
Terceira onda
A rigor, a necessidade de aplicação de mais uma dose se baseia em três fatores: disseminação da variante delta, a queda de anticorpos neutralizantes após alguns meses e a fragilidade do sistema imunológico de grupos específicos.
Para Moura, se a população não se vacinar com pelo menos a segunda dose, pode haver o surgimento de outras variantes e até mesmo uma terceira onda.“Acredito que se a população não entender que hoje a única prevenção que existe é a vacina, assim como já ficou provado em outras epidemias, pode sim, ter um recrudescimento e formações de outras variantes além da Delta”, revela
Fotos: Divulgação e Divulgação/Chama Church–
Rebeca Mota