Quando Bosco Saraiva compara seu jeito de cuidar da família ao de uma galinha que protege seus filhotes com as asas, a metáfora não é exagerada. Revela sua combinação singular de firmeza e acolhimento. Na sede do Portal A Repórter, sua entrada foi acompanhada por assessores, mas quem soltou o comentário mais leve foi ele: “Você formou em arquitetura?”, ao elogiar o ambiente. Esse cuidado com o outro, sempre presente, atravessa toda sua trajetória.
Sambista e poeta, ele trouxe do Morro da Liberdade um compromisso com a comunidade que pulsa até hoje. Lá, ao presidir a escola de samba Reino Unido da Liberdade, conviveu com o espetáculo do Carnaval e, fora dos cortejos, viu famílias vivendo em casas alagadas. Isso se tornou combustível para lutar por moradia digna, por meio do Prosamim, projeto que transformou vidas. A trajetória que uniu samba e serviço público com propósito.
A transição para a política veio dessa vivência. Bosco foi vereador, presidente da Câmara Municipal, vice-prefeito, deputado estadual, vice-governador e deputado federal. Hoje, como superintendente da Suframa, lidera a gestão da Zona Franca de Manaus com a mesma sensibilidade, agora estruturada em resultados.
No momento mais técnico da entrevista, quem assumiu condução foi Paulo Apurinã, do site Amazonas Pix, que abriu espaço para dados concretos: a ZFM emprega mais de 130 mil pessoas neste início de 2025. O faturamento industrial ultrapassou R$ 74 bilhões nos quatro primeiros meses do ano. E o protocolo ZFM + ESG avança com metas de sustentabilidade e modernização industrial, demonstrando uma gestão focada não só na economia, mas na responsabilidade social e ambiental.

Mesmo com foco técnico, Bosco mantém a fé na voz. “Graças a Deus… sem Ele, somos um coco. Deus é tudo!” afirmou.
Mais caseiro hoje, prefere reunir amigos para tocar samba por amor. Mesmo após décadas de vida pública, não perdeu a leveza, o ritmo e a sinceridade de quem segue caminhando com visão e raízes firmes.
O aprendizado que fica é que, para entender Bosco Saraiva, precisamos ir além dos cargos. Ele ensina que a política só permanece viva quando conduzida com fé, humanidade e poesia. E confessa que seu ponto cego está no coração.
Sua história mostra que liderança também pode ser construída com humanidade e simplicidade.
A entrevista completa, em que ele abre o coração e compartilha lembranças, reflexões e planos, você confere no Podcast Ponto Cego, uma produção do Portal A Repórter.
Entrevista conduzida pela jornalista Érika Passos com participação de Paulo Apurinã.
