Criado em alusão ao mês dedicado às mulheres, o “Arte e Cultura: de Mulher Pra Mulher”, iniciativa da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), iniciou na manhã desta quinta-feira, 10/3, na sala multiuso do Centro de Arqueologia de Manaus (CAM), localizado no Centro, uma roda de debate sobre a importância da trajetória de cineastas amazonenses no mercado audiovisual.
Mediado pela gestora do Centro Cultural Óscar Ramos, a historiadora e artista visual, Monik Ventilari, o debate contou com a presença da jornalista e escritora do livro “Olhar Feminino: O Norte na Direção”, Pâmela Eurídice, que venceu o edital “Conexões Culturais 2019”, da Prefeitura de Manaus; além da atriz, preparadora de elenco e bacharel em Teatro, Isabela Catão, que atuou em filmes como, “O Barco e o Rio”, “Enterrado no Quintal” e “Terra Nova”. Além de ganhar reconhecimento em festivais nacionais pelo trabalho desenvolvido, Catão está à frente da criação do Fórum do Audiovisual do Amazonas voltado para mulheres.
Durante o bate-papo, de mais de duas horas, as participantes realizaram uma análise sobre o olhar feminino no audiovisual amazonense; questões sobre identidade; representatividade; oficina de formação de cineastas; quebra de estereótipos; a necessidade de políticas públicas voltadas para o incentivo da produção executada por mulheres, além de debaterem sobre as perspectivas para o futuro do audiovisual em Manaus e no interior.
Der acordo com o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, a programação segue até o dia 18, com atividades diversas, de forma híbrida, on-line e presencial, mostrando o trabalho de grandes mulheres da cena artístico-cultural de Manaus.
“Desenvolvemos uma programação especialmente para as mulheres, com convidadas que se destacam pela representatividade feminina dentro do setor cultural da nossa cidade. Neste primeiro debate, o público pode conhecer diversas produções dirigidas, roteirizadas e protagonizadas por mulheres”, explicou.
Durante o debate, Pâmela Eurídice, falou sobre o livro “Olhar Feminino: O Norte na Direção”, que busca suprir um espaço na reflexão sobre o cinema amazonense. A publicação resgata ainda a forma como a mulher é vista no cinema, seu envolvimento desde os primórdios da sétima arte e como as mulheres conquistaram espaço na produção audiovisual amazonense.
“O livro traz a trajetória das diretoras aqui do Amazonas. É uma forma de conhecer um pouco mais o trabalho delas e também sobre como as mulheres representam e se veem em tela. E debates assim são importantes porque acabam dando voz para essas mulheres e visibilidade para que a gente possa conhecê-las e também possa pensar no nosso cinema”, disse.
A atriz Isabela Catão abordou a importância da realização de eventos como esse, que fortalece o diálogo sobre a produção cultural feminina em Manaus.
”Este tipo de evento é muito importante, é uma oportunidade para falar e mostrar diretamente para o público sobre a nossa caminhada no cinema, além da quebra de estereótipos, e de como é fundamental mostrar as histórias do cotidiano, os desejos reprimidos ou não impressos numa tela de cinema a partir do ponto de vista feminino”, comentou.
Catão também tratou sobre a iniciativa tomada durante o evento, de realizar, ainda neste primeiro semestre, uma oficina de formação de cineastas e uma programação para divulgação de filmes produzidos por mulheres.
“Ao fim do evento, conversamos com o corpo técnico da Diretoria de Cultura da Manauscult e estaremos alinhando um curso e uma programação voltados para filmes produzidos por cineastas daqui da cidade, então, temos mais um produto criado a partir de um super debate. Hoje em dia, temos realmente uma ponte com a Manauscult, que ouve nossas angústias e nossos desejos”, concluiu.
Atividades
O “Arte e Cultura: de Mulher para Mulher”, vai apresentar, de forma híbrida, o trabalho de mulheres da cena artístico-cultural da cidade, que também se destacam pela representatividade feminina. São elas: Isabela Catão; a chef de cozinha da etnia saterê-maué, Clarinda Ramos; a artista plástica Monik Ventilari; e as cantoras Márcia Siqueira, Elisa Maia, Márcia Novo e Ellen Mendonça.
As rodas de conversa abordarão a importância da trajetória de cineastas amazonenses no mercado audiovisual; a representatividade feminina nas artes visuais; a importância das mulheres na música manauense e o empreendedorismo gastronômico indígena. As atividades são limitadas a 20 pessoas presentes, por painel, e as inscrições devem ser feitas pelo e-mail da Diretoria de Cultura da Manauscult (cultura.manauscult@gmail.com). A programação será transmitida nas redes sociais da Fundação Municipal, Instagram (@manauscult) e Facebook (@vivamanaus).
As atividades programadas contam com a parceria do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e do Programa Municipal de Formação Artístico Cultural (Promfac).
Programação
11/3 – Painel virtual – Artes Visuais
O quê – Debate virtual sobre a representatividade feminina nas artes visuais de Manaus.
Convidada – Elene Rebelo, pesquisadora cultural e estudante de Artes visuais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Horário – 15h às 16h
Local – Instagram
Mediadora – Monik Ventilari
14/3 – Roda de Debate – Música
Evento híbrido – 20 vagas
O quê – Roda de debates sobre a importância das mulheres na música manauense, as dificuldades e oportunidades do atual cenário local e nacional.
Mediadora – Ellen Mendonça
Convidadas – Márcia Siqueira, Elisa Maia, Márcia Novo.
Local – Centro de Arqueologia de Manaus
Horário – 16h às 17h
Transmissão pelo Facebook da Manauscult
18/3 – Painel virtual – Empreendedorismo Gastronômico indígena
O quê – Debate sobre empreendedorismo gastronômico indígena em Manaus.
Mediadora – Monik Ventilari
Convidada – Clarinda Ramos, chef da etnia saterê-maué do Biatüwi, pedagoga, mestre em antropologia social, chef de cozinha e co-fundadora da casa de comida indígena Biatüwi, em Manaus.
Local – Instagram
Horário – 15h às 16h
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Texto – Keize Pedrosa/Manauscult
Fotos – Fábio Simões/Manauscult